segunda-feira, 19 de maio de 2008

Outono


Agora que o outono chegou. Agora que o vento é suave no rosto, e a roupa fica mais pesada. Agora que os mais belos dias, aqueles com sol e frio, pedem licença para cobrir de folhas nossos tapetes. Agora que a atenção é contida, o olhar é espesso e a alma é grande. Agora que muito mais, lembramos enfim como pode ser agradável estar no Sul.

O Norte é a origem, a fonte, o mistério profundo e vasto. O Sul é o alívio, a ordem, a contenção necessária, o gesto preciso. Eu, ambos e nenhum. Trago comigo a espontaneidade (ainda?), o bom humor e o espírito nômade do Norte. Mas trago também um pouco de ordem, de disciplina, de rigor, precisão, leveza e melancolia da estética do frio. Talvez eu seja apenas Minas. Talvez um turco na Irlanda, um Nigeriano brincando nas ruas de Budapeste, um chinês em Pindamonhangaba.

Agora que o calor dá uma trégua, que se pode até entender que se goste do sol (será um deus o sol?). Agora é hora de abrir aquele vinho, tirar o Cortázar da prateleira, carregar o mp3 com discos do Spinetta e passear outra vez com Vítor Ramil pelas sete cidades da Milonga.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Alanos


Os Alanos, se os senhores lembram das aulas de história, foram um povo que durante a idade média viveu na região do Cáucaso, onde construiram o glorioso reino da Alania. Povo avançado, terra de sábios, guerreiros e poetas. Durante os séculos eles se espalharam por vários continentes, deixando uma contribuição única para a cultura mundial. Os remanescentes de nosso povo ainda habitam aquela região, hoje anexada à Rússia com o nome de Ossetia do Norte, ou simplesmente – Alania.

A lista de Alanos famosos é imensa. Com as variações ortográficas Allan, Allen, Alain e assemelhados, formamos uma legião que inclui Alan Moore, Alan Parker, Woody Allen, Alain Prost, Alain Delon, Allen Ginsberg, e muitos outros. Como o interesse desta vertente do Alanismo é voltado para as artes e humanidades, na próxima postagem começaremos nossa série quase didática com o maior escritor de histórias em quadrinhos de todos os tempos: Alan Moore. Enquanto aguardam, podem ir brincando de pronunciar Moore corretamente, ou seja: com som de /ó/ ao invés de /u/. O mesmo vale para Demi e Michael Moore.