quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

La maison en petits cubes


O vencedor do Oscar de melhor animação é uma das grandes descobertas dos últimos tempos, uma pequena pérola cinematográfica. Sem palavras, o diretor japonês Kunio Kato consegue dizer muito mais em doze minutos do que o tal Benjamin Button em mais de duas horas. O personagem mergulha nas camadas de sua memória e nos leva junto, em um primor de delicadeza e profundidade. Assista aqui.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Mais slumdog


Agora que o Slumdog foi muito premiado, é um bom momento para colocar em prática os princípios do Alanismo. Lembremos: não sejamos elitistas, então nada de dizer que agora que ganhou prêmios e está muito famoso já não serve mais. Nem também ir com expectativas grandes demais e sair falando o óbvio “não é tão bom assim”. Também não sejamos deslumbrados a ponto de dizer que ele é ótimo e os prêmios só confirmam isso. Um prêmio é algo arbitrário, conjuntural, envolve diversos fatores políticos e econômicos, e acaba pouco dizendo sobre a obra em si.
Sei que é difícil descolar a obra de seu contexto sócio-histórico, mas de qualquer forma assistam o filme como se fosse apenas mais um filme. Sem elitismo, sem deslumbramento, de mente e corpo abertos à experiência única do cinema.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Viva a Suécia


Acompanho os acontecimentos na Venezuela e penso sobre nossa triste sina latino-americana de ter que personalizar tudo. Aqui um país não pode ter um sistema eficiente, onde as pessoas sejam peças que fazem a coisa andar. Nós temos que ter um grande pai, uma figura carismática que personalize as ações e sem a qual tudo seria o caos. Triste, isso, muito triste. Nos deixa em uma situação frágil como democracia e infantilizados como cidadãos. Por isso me posiciono contra Hugo Chávez e contra qualquer político “carismático” e populista. Políticos deveriam ser acima de tudo extremamente honestos, muito eficientes e equilibrados. Carisma é para artistas. Políticos são funcionários públicos de alta responsabilidade. O sistema é que teria de funcionar de maneira a garantir o bem estar geral e evitar desigualdades profundas, independente de que partido estivesse no poder.
Sim, caros amigos, me tornei social-democrata na política (estilo escandinavo, claro) e continuo libertário nos costumes.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Milionário da favela


O filme Slumdog Millionaire, que vai estreiar no Brasil em março com o infeliz título “Quem quer ser um milionário?”, justifica o barulho que vem fazendo. A narrativa do inglês Danny Boyle (o mesmo diretor de Trainspotting) é segura, moderna e tensa. Uma Índia estranha, miserável, que tem muito a ver com o Brasil em termos de violência e marginalidade, e da canalhice dos apresentadores de televisão. O questionamento central sobre o conhecimento, sobre como adquirimos nossa visão de mundo e para quê ela serve, é o que conduz e hipnotiza até o fim.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Silêncio


Não há respostas, apenas a interrupção abrupta e absurda. Perguntas. Lamentos e perplexidade. Amigo, é estranho, cada vez que lembro de teu rosto te vejo explicando alguma coisa, com ar didático e amigável, ou sorrindo aquele sorriso amplo que vai fazer falta neste mundo onde ficamos.