quinta-feira, 30 de abril de 2009

Eles estão vivos


"Acho que essas cidades racialmente saudáveis só poderão ser protegidas plenamente se estiverem dentro de uma Nação Ariana. Mas hoje, subordinadas aos governos judaizados dos Estados e a Brasília, vão sofrer, mais cedo ou mais tarde, com a praga das migrações."
De um site "orgulho branco"

Não é brincadeira, eles estão falando sério. Parece ridículo, não é? Mas é bem mais comum do que imaginamos. A internet está cheia desse tipo de coisa “orgulho branco” e “orgulho hétero”. E não são só pessoas retardadas, como seria de se esperar. Há gente inteligente, com um nível de argumentação razoável, tentando provar por a mais b que a raça branca é superior, que os judeus são um perigo para o Brasil, e toda essa história que nós achamos que tínhamos aniquilado quando demos um pau neles na segunda guerra. Não, a guerra não acabou. Quando é a próxima parada gay e o dia da consciência negra? Com certeza estarei lá!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mecano

Os anos oitenta trouxeram muita porcaria, mas também foram uma época de florescimento de várias tendências vanguardistas no rock. Na improvável Holanda, uma banda em especial levou a extremos a associação entre o rock e os movimentos de vanguarda do início do século XX: Mecano (não confundir com o chatinho homônimo espanhol). Vejam aqui uma das canções clássicas da banda.



Aqui o site oficial da banda.



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terça-feira, 21 de abril de 2009

Os times significam algo


Os times de futebol não significam nada em sua própria cidade, jogando contra seu arqui-rival (ver comentário anterior). No entanto, um time do interior do Acre que vai a São Paulo e ganha uma partida está provavelmente fazendo um gesto político. Pode significar um brado de independência da periferia do país contra o centro dominante. Eu disse “pode”, não “é”. Depende da leitura que se faz. Esse espaço vazio de significado a ser preenchido é o que ainda torna o futebol interessante. A possibilidade do novo, do desconhecido, daquela jogada improvável, daquele gesto ou placar inusitado, isso tudo faz com que o futebol ainda me chame a atenção. Gostaria de ver um time africano ser campeão do mundo, um time do Espírito Santo na primeira divisão do brasileirão. Gosto das chamas do circo.

Os times não significam nada


Desde o ano passado venho tentando introduzir racionalidade em um terreno que é bastante refratário a ela: o futebol. Os times de futebol, por exemplo: o que eles significam? A resposta padrão é que o time para o qual se torce representa valentia, grandeza, coragem e superação, enquanto que os outros, especialmente o arqui-rival, representam covardia, roubalheira, viadagem, tudo de ruim que é possível conceber. Qualquer conversa a respeito se dá no plano discursivo: já sabemos de antemão quem são os bons e os malvados, só resta encontrar o meio mais astuto de provar isso. A racionalidade aqui pega mal, é coisa de quem não sabe brincar. Colocar-se no lugar do outro significaria admitir fraqueza, então está fora de cogitação.
Tudo muito bem, só que pensar e tentar me colocar no lugar de outros são meus esportes preferidos. Peguemos alguns times: Flamengo, Internacional, Palmeiras, será que significam algo a priori? Eles têm uma história, têm personagens que vêm e vão, mas o clube, qualquer clube, não tem uma essência imutável e gloriosa ou sempre odiosa. Por vezes os times são bravos e destemidos, por vezes são covardes, e outras jogam de maneira pragmática e cínica. Escolher qual desses momentos queremos enfatizar depende do capricho de se dizer torcedor de um ou de outro. O amor e o ódio que se tem pelos times, por mais intensos que sejam, ou justamente por isso, são apenas amor e ódio: Afetividade aplicada a algo com o qual não temos sequer uma relação direta, pois não estamos em campo jogando. Somos observadores que ganham um salário infinitamente menor que as estrelas do gramado.
Então, se é para suspender a razão, para deixar que a passionalidade pura tome conta, o esporte não é meu campo prioritário. Muito menos a religião ou a política. Minha racionalidade sucumbe com prazer frente à experiência estética e às pessoas com as quais me relaciono. Apenas pela arte e pelos entes queridos abandono a racionalidade.
Mas claro, como não sou chato nem mal humorado, acompanho os campeonatos, observo os sofrimentos e as alegrias das pessoas, por vezes até me empolgo com um grande jogo, mas sempre sabendo que tudo é efêmero, e com aguda consciência do meu salário junto aos salários deles.
Assim sou eu. Nem melhor, nem pior, apenas eu mesmo. Viva o Paysandu. Viva o Remo. Viva o futebol bem jogado, honesto e aguerrido, seja de quem for.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ele volta


Hoje, primeiro de abril, o primeiro sopro do frio, como a primeira carícia de uma amante que não vemos há seis meses. O toque suave e aconchegante que alivia o corpo e alegra a alma. Agora sim, agora o ano pode começar.