sábado, 7 de maio de 2011

Mais uruguaio



Dizem que nasci e me criei no norte e que aprendi a ser homem no sul. Tudo bobagem: o que sou mesmo é uruguaio. Nada de carimbó nem de vanera: minha pátria é a murga, é o candombe, é a milonga. Quando as vozes todas da murga soam juntas, metálicas, ali é onde moro. Fui criado no Cuareim, forjado no Barrio Sur, destinado a caminhar tranqüilamente pela 18 de Julio em tardes elásticas. As vozes da murga são as vozes de cada humor meu, de cada gesto que já fiz ou que farei, de meu rosto estranho e cansado antes da meia noite. Minha cara pintada, meu cabelo mentiroso para agradar ao mercado de trabalho, meu tom, meu ritmo, minha sintaxe par-ti-cu-lar: bem uruguaio, improvavelmente azul e branco como as cores do Paysandú. Paralelo brasileiro: Minas Gerais, o mais próximo possível.
Meu texto hermético neste maio de 2011, meu texto para quem sabe ler: uruguaio até os cabelos escuros e a predileção por doce de leite.
Dizem que nasci no norte e que moro no sul do Brasil. Pouco sabem de mim. Mais saberiam se me vissem sentindo o que sinto quando os cinco compassos do candombe passam pelas ruas antigas da cidade aquela...
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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pronto para a luta


           
Meus inimigos esperam minha queda, tramam em surdina, torcem abertamente contra. Eu me concentro, aspiro o ar revigorante e gelado do sul da América do Sul. Sei que quando tentarem dar o golpe estarei tranqüilo, ouvindo - talvez até dançando -  o Baião Psicodélico, e tomando chá inglês. Sem arrogância, sem baixar a cabeça: pronto para a luta. 

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Finalmente, bom senso


Este blog comemora o grande avanço social que é a legalização da união homossexual no Brasil. Seguindo a pioneira Argentina, finalmente apresentamos decisões maduras e honestas, que esperamos se estendam a outras áreas. A igreja católica mais uma vez se mostrou retrógrada e em descompasso com a realidade ao se posicionar contra, mas a votação no supremo foi unânime. Parabéns aos ministros que votaram, parabéns a este país, que a passos lentos – mas importantes, vai avançando. E um ovo podre na cara do deputado Bolsonaro, que não perde uma oportunidade de falar besteira. 

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