quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Angola


Cada semestre para mim costuma ter um tema, geralmente um país ou um escritor específico. Este que passou foi Angola. Já conhecia um pouco da música, e tinha lido um livro do Pepetela, o Mayombe. O que iniciou a redescoberta desse fascinante país foi a leitura de Geração da utopia, a obra prima de Pepetela, que minha namorada estava lendo para o mestrado e eu peguei carona.
O livro é um relato de trinta anos da sofrida história do país através dos pontos de vista de distintos e emblemáticos personagens, daqueles que dão a impressão de serem nossos conhecidos e amigos há muito tempo. Sara, Aníbal, Malongo, gente palpável, gente de um país lusófono muito próximo de nós. Um dos melhores e mais bem construídos livros que li nesta década, de fato inesquecível.
Em seguida veio a música, com destaque para a voz rouca de Bonga e a criatividade e força das composições de Paulo Flores. Conheci o ritmo chamado Semba, que soa como algo entre a música caribenha, especialmente a cúmbia, e o nosso carimbó, mas com uma batida ligeiramente diferente. Os ritmos Kuduro e Kizomba não me agradaram muito. O primeiro é o funk carioca deles: engraçadinho, mas ordinário. O segundo é uma versão bem pop do zouk antilhano, também não impressiona muito.
O português falado em Angola soa melódico, bonito, com influência do português de Portugal, mas sem a dureza e a rispidez da sonoridade ibérica.
Cinema, infelizmente nada. Comida, acho que só indo lá para provar. Aqui dá pra ver um programa interessante da Regina Casé em Luanda.

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