segunda-feira, 17 de março de 2008

Muitos Centros II

Segundo postulado: existem vários centros, existem várias periferias. Embora o ocidente tenha um grande poderio econômico, político e simbólico, outros centros atuam de maneira significativa. Alguns exemplos: na música, a África é primeiro mundo e os paises escandinavos são a periferia da periferia. No futebol a coisa se divide entre potências européias e potências latino-americanas. Na literatura, ponto nevrálgico de difusão da cultura erudita, autores de ciclos culturais africanos e asiáticos têm levado vantagem sobre a Europa e mesmo sobre nós. Resumindo, cada região do mundo está liderando em algum campo em determinado momento, e esta liderança pode mudar se não for bem mantida. Tudo tem o seu rebaixamento, nada é garantido.

Proposta do Alanismo: estudar com cuidado o que cada ciclo cultural do mudo tem a oferecer. Não descartar nem privilegiar de antemão. Beber de todas as fontes possíveis de conhecimento, e estar atento aos motivos que nos levaram a ela. Vamos aos exemplos: no cinema é difícil ter contato com pelo menos noventa por cento dos países do mundo, mas nas locadoras e na internet há mais diversidade. O que o Alanismo diz não é ignore os Estados Unidos, pois isto seria preconceituoso e nos faria perder um monte de filmes geniais vindos daquele país. O que o Alanismo diz é: não ignore os outros. Tente quebrar o condicionamento cultural que nos ensina que só filmes em inglês podem ser bons. Tente olhar a complexidade e a beleza do mundo sem idéias pré-concebidas e sem achar que já sabe como vai ser. A gente não sabe, a gente tem muito a aprender e a se beneficiar disto. Scorcese, Woody Allen? Sim, claro. Mas também Mohsen Makhmalbaf, Theo Angelopoulos, Hector Babenco, Zhang Yimou. Voltaremos ao assunto.

Um comentário:

Anônimo disse...

O único problema de tentar observar o mundo sem idéias pré-concebidas é que essa atitude, por si só, já é uma conceituação prévia, condicionante, para essa observação.

Preconceituar é próprio da cognição humana, como criação de referenciais. Porque citar certos diretores e não outros? Por que não citou Paul Weitz, por exemplo?
Buenas, é por aí.
Me espraio e vou de largo.

Barth