sexta-feira, 30 de julho de 2010

O indivíduo, não a sociedade


Princípio fundador do Alanismo: o indivíduo é mais importante que a sociedade. A pessoa tem o direito, na verdade o dever, de compor sua identidade levando em consideração o meio cultural ao qual está exposta, mas com a liberdade de questioná-lo e ir buscar em outras fontes elementos que lhe interessem. Nascimento não é destino. O que importa não é de onde viemos, mas para onde vamos.
Assim, eu sendo de Belém posso me identificar mais com a cultura de Buenos Aires, e me apropriar dos elementos interessantes de lá. Claro que não tendo nascido e sido criado lá, necessariamente vou acrescentar a esta escolha minha criação amazônica, mas esse é o charme e a excitação de escolher seus próprios caminhos. Se a milonga me diz mais que o samba, é um direito meu. É um sentimento, uma afinidade. Se o rock me toca mais fundo que a bossa nova, ele é quem vai me compor. E se eu quiser mergulhar na literatura russa e no cinema da Escandinávia, ali mergulharei, e eles serão parte da bagagem invisível que carrego no mundo.
Os regionalismos me interessam apenas em perspectiva. O norte e o sul são apenas pontos de referência, mas meu território é bem mais amplo: é o mundo inteiro, é o que eu conseguir percorrer. Identidade é algo para ser sacudido e pendurado ao vento, e cada um de nós tem um mundo de possibilidades a escolher. Angustiante e excitante, como a vida.

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