quarta-feira, 9 de março de 2011

A grandeza de Porto Alegre



Mais uma vitória impressionante de um time que sempre surpreende: a conquista do primeiro turno do gauchão pelo Grêmio. O empate nos acréscimos, a garra e a capacidade de superação fizeram desta partida a melhor do ano até agora.
            Quanto ao Caxias, o time e a cidade, um detalhe: o único jogador que conseguiu marcar gol nas cobranças de pênalti deles era negro. Altivo, elegante, o único que se livrou do vexame. Lembro que quando visitei Caxias com um amigo aqui de Porto Alegre, ele estranhou sermos tão mal recebidos. Ninguém nos dava nem informação na rua! Nosso problema? Na época eu era cabeludo, e ele era e sempre será negro. Simplesmente. Um membro de uma das raças que tanto contribuiu e contribui para o que nosso país tem de melhor em tantas áreas, esnobado por lá por um detalhe desses.
O que desejo para Caxias é: que os seus melhores jogadores tenham a pele negra, reluzente, bela, épica. E que vocês um dia aprendam a lidar com isso, não só no futebol. Porto Alegre e o Grêmio (o Inter também) são grandes porque comportam gente de todos os jeitos, de todas as origens. Absorvem o que temos de melhor e nos ajudam a tornar o Rio Grande ainda maior. Porto Alegre é uma grande metrópole do Brasil e do mundo. Outras cidades que queiram esse posto têm de estar preparadas para a complexidade e a diversidade, ou então vão continuar sempre sendo provincianas e pequenas. 
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2 comentários:

Anônimo disse...

Pergunto-me como deve ter se sentido este único negro, altivo e elegante jogador do Caxias enquanto ouvia os cantos da torcida do Porto-Alegrense, referindo-se pejorativamente a sua raça.

Mas parabéns pelo texto. É preciso um olhar realmente aguçado para enxergar grandeza na final do primeiro turno do Gauchão...

Vellinho disse...

Onde existe superação existe grandeza, meu caro.
Pode ser na final do primeiro turno do gauchão, pode ser em uma final de Copa do Mundo.

Onde não existe grandeza alguma é em comentários anônimos.

Comentar no anonimato é que nem peidar e não assumir.