
Alanismo também é poesia. Esta é pelo fim do malfadado horário de verão:
Ela estendeu um cordão de luz sobre a avenida cinzenta
E tinha nos cabelos perguntas leves, grampos de anil
Esperou um ônibus que voasse, tomou coragem
Deixou migalhas de pão para os cachorros entediados
(Oh, correr na madrugada imensa com as mãos em chamas)
Na velocidade pensava melhor, no movimento relaxava
E o mundo passando em azul era o grito que faltava
Foi assim que ela viu
O nascer do sol nos olhos do amante desconhecido
Os feixes de tempo que unem o que é e o que está sendo
Os dedos percorrendo as partituras da sinfonia invisível
O dia de vinte e cinco horas que começava
E se desdobrava por dentro dela em pétalas elétricas
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