terça-feira, 12 de maio de 2009

Política não é futebol


Uma das muitas razões de nosso insucesso como nação é a maneira infantil que temos de lidar com a política. Já critiquei antes o paternalismo e o personalismo excessivos. Agora faço o seguinte paralelo: a maioria esmagadora da classe média brasileira lida com os partidos como se fossem times de futebol, ou seja: escolhe um, geralmente para afirmar ou negar os pais, e fica com ele pelo resto da vida, independente do que acontecer. E neste país de mentalidade tão pequena só há dois disponíveis: PT e anti-PT.
Nos apegamos a nossas escolhas e ignoramos escândalos de corrupção, incompetência, má fé, tudo para afirmar que pertencemos a um dos dois partidos. Exatamente como crianças mimadas e preguiçosas, exatamente como no futebol. Pois eu vou aqui dar um passo além: PT e anti-PT são muito, mas muito parecidos. Ambos têm algum mérito, praticamente nenhuma ideologia, muita corrupção e fisiologismo, muito oportunismo e cinismo. O resto são preconceitos ancestrais de uma época em que havia algum sentido nos termos “direita” e “esquerda”, e muita preguiça intelectual e conformismo. Mexe essa bunda mental aí, meu filho, vamos pensar e analisar caso a caso, não tem nada garantido, não! Não há anjos em nenhum dos (falsos) lados de nossa política.

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