terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nós todos somos Geisy


A barbárie está bem próxima de nós, se aproximando a cada dia, e não podemos ficar calados. O ódio avança, de mãos dadas com o desprezo e a cegueira.
Mulheres são nossas mães, nossas irmãs, amantes, amigas... Como podemos ter ódio por elas, que fazem parte de nossa vida? Como explicar tanto desprezo por metade da humanidade, nós que as desejamos tanto? O que se percebe do caso da garota da Uniban, Geisy, é o ódio mal disfarçado ao corpo da mulher, à liberdade da mulher. A horda de reacionários mostrou suas garras, os fascistinhas universitários mostraram ao mundo o quanto somos um país que tem sérios problemas. E que diz adorar as mulheres, desde que elas estejam sob nosso controle, e façam exatamente o que queremos e o que esperamos.
Muito triste ver que mecanismos de culpabilização da vítima estão bem vivos entre nós: no site do Terra, 45% dos internautas disseram que ela merecia ser punida. Ou seja, quase metade da população está flertando com o pensamento mais retrógrado possível. Algo como dizer que uma vítima de estupro merecia tal ato porque ela “provocou”.
O controle rigoroso sobre o corpo é um dos primeiros sintomas do fascismo. Nosso país é doente, muito doente, em várias esferas: econômica, ética, social, moral... Quero continuar a acreditar que nas ruas ensolaradas de Belém e Porto Alegre nossas belas garotas (ou gurias) vão continuar andando com suas saias e vestidos do tamanho que lhes convier, sem ser lixadas e ameaçadas por isso, seguindo um mecanismo muito básico: quem gostar, que olhe. Quem não gostar, que vire o rosto e vá remoer sua inveja e seus fantasmas.




.

Nenhum comentário: