terça-feira, 15 de junho de 2010

Provando da própria razão


Agora entendo como se sentem as pessoas que amam um time ao lerem comentários racionais e bem construídos sobre o futebol. Agora está tudo mais claro: eu amo a seleção brasileira, contra minha vontade, contra qualquer prognóstico racional, independente de qualquer contexto. Assim como a maioria dos torcedores amam apaixonadamente seu time, eu amo essa camisa amarela. Não importa quem seja o técnico nem os resultados, é algo que a razão não dá conta de explicar.
Posso ser racional sobre Grêmio e Inter, Remo e Paysandú, mas quando toca o hino nacional e o esquadrão verde e amarelo entra em campo tudo adquire uma dimensão diferente. Quem já teve a experiência de ser brasileiro na Argentina ou em outro país de cultura futebolística forte pode entender. Quem, quando criança, colocou bandeirinhas na rua, pintou os muros e o asfalto, vestiu-se e ergueu a bandeira pode entender. Quem vibrou com um golaço do Zico, do Romário ou do Ronaldo vai entender.
Eu torço por esse time, e apoio a coerência de Dunga. Mesmo sem nosso conterrâneo Ganso, esse é meu time. Não acredito na aparente dicotomia entre futebol força e futebol arte: o que importa é ter técnica e garra, o resto vem junto. Arte e força não são excludentes. Paixão e racionalidade também não.


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