quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Música e a falácia temporal

Tendemos a gostar do que escutamos quando adolescentes com mais passionalidade, mais emoção? Se os adolescentes caem na falácia temporal de achar que só o que é sucesso aqui e agora interessa, os adultos também se deixam seduzir pela mesma falácia ao admitir que gostam das músicas que escutavam quando adolescentes, e o que veio depois é só bobagem. Ficam presos aos “anos dourados”, cheios de nostalgia, e fecham os ouvidos ao que veio depois.

Proposta do Alanismo: abolir a falácia temporal. Chega de anos dourados e de aqui-agora. Todas as épocas e todos os lugares têm coisas maravilhosas e também têm lixo. O que conta é o quanto estamos curiosos, a fim de descobrir as coisas. Não existem épocas intrinsecamente melhores, existem situações que por algum motivo ou outro nos colocam em contato com certos tipos de sons.

Johnny Cash é genial desde os anos 50, mas aqui e agora temos Vítor Ramil, o maior compositor vivo da música brasileira (depois do Chico Buarque). Os Beatles foram maravilhosos, mas temos o Dengue Fever que também detona. Os exemplos são infinitos.
Todas as épocas são a minha época, todos os sons podem ser o meu som. Porque eu sou Alanista e eu quero muito mais. 


(como se tira esses diabos dessas setas antes dos parágrafos!)
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Um comentário:

Felipe Vellinho disse...

Muito bem observado.
Seguindo essa linha, o interessante é a troca de descobertas, porque tem tanta coisa surgindo nesse global world que vale a pena garimpar por aí.

vide The Bravery - banda que vem abrindo alguns shows do Green Day. Promissor.

http://www.youtube.com/watch?v=XUX-C3XwJ8A&feature=related