quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nós, a maioria


A grande maioria somos, de um modo ou de outro, “de fora”. Os totalmente incluídos e satisfeitos com o sistema e com os valores do senso comum brasileiro são bem poucos. Vejamos: mulheres são a metade da população. Negros, outros tantos. Homossexuais, mais um monte de gente. Nortistas e nordestinos, muitos milhões. Coloque aí os gordos, judeus, feios, tímidos, velhos, de óculos, mal vestidos e pobres e não sobra quase ninguém para arrotar superioridade. Somos todos meio estranhos, não é verdade? Que bom. Isso é o que nos faz bonitos.
Porque na verdade somos a maioria. Este país é nosso, não importa o quanto os que se acham machos brancos ricos sulistas heterossexuais atléticos jovens extrovertidos bem vestidos reclamem. Os muito enquadradinhos e perfeitinhos são uma minoria, e como toda minoria, devem ter seus direitos e sua dignidade respeitados. Um dia todos podem chegar a perceber que o que é diferente não é sempre feio ou inferior.
 Eu e meus amigos somos todos meio loucos, estranhos, cheios de idéias e criatividade, cheios de vontade de construir um mundo mais interessante.
As idéias, ações e exemplos partem de nós. A responsabilidade é grande, pois os reacionários e fascistas estão ganhando terreno e influenciando as novas gerações. Nós que somos referência de alguma maneira não podemos vacilar: bom humor, inteligência, competência e um profundo senso de ética são nossas armas, um mundo justo e plural nosso objetivo. 


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