terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O futebol é nosso



Os foguetes estouram em Porto Alegre, as buzinas gritam loucamente: o Inter foi eliminado precocemente do mundial. Eu, que aqui torço pelo Grêmio, no entanto, não consigo ficar alegre. Eu, que desde criança nunca entendi nem senti as rivalidades regionais, fico perplexo e até um pouco triste.
Em Belém torcia pelo Paysandú, mas nada tinha na verdade contra o Remo, sempre torcia por eles em jogos contra times de outros estados. Eu não sei ficar alegre com o sofrimento alheio, portanto não sirvo para o futebol. Sou um torcedor de segunda categoria, que não entende bem as regras de atuação e de sentimento.
Sou professor, e enquanto o Inter vai jogando os alunos vão fazendo a prova final. O olhar de decepção e tristeza no rosto de um dos guris sintetiza tudo. Como ficar alegre com isso?
Minha maneira de gostar de futebol é estranha, foge dos padrões, mas eu sempre fui meio estranho e fora dos padrões, então tudo bem.
Só escrevo essas coisas para que outras pessoas que também não se encaixam na maneira dicotômica e maniqueísta corrente de se relacionar com o futebol saibam que não estão sozinhas. Podemos criar a relação que quisermos com tudo, podemos buzinar eufóricos, chorar de frustração, olhar com o canto do olho, ou ler uma partida como uma grande aula de filosofia. 


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