quarta-feira, 31 de março de 2010

Amazônia: a grande nação invisível

Em ano de copa do mundo nos questionamos sobre a identidade. Sou brasileiro, e de uma grande região invisível: a Amazônia. Invisível porque aqui no sul pouquíssima gente sabe a diferença entre Amazônia e nordeste, então estou condenado a ser “nordestino”. Nada contra, claro, mas é assim, tenta imaginar a cena: tu é gaúcho, mas tu mora em um lugar onde nove em cada dez pessoas te chamam de paulista. Estranho, não é? Um deslocamento de significado.
Para a maioria dos brasileiros a floresta existe, mas as pessoas da Amazônia não. Quem se importa se há quase dois milhões em Manaus e outros dois milhões em Belém? A cultura amazônica é periférica e semi-invisível, enquanto que a do vizinho nordeste é bem presente na mídia e na cabeça das pessoas.
Pouca gente imagina a alegria que tenho quando digo que sou de Belém e a pessoa diz “Ah, sim, região amazônica”. Aconteceu esta semana, e a pessoa até sabia detalhes da cultura de nossa região. Viva ela!
Um dia a Amazônia vai existir para o Brasil, e vai ser bem mais do que uma mera floresta a ser protegida. Um dia o Brasil vai notar que tem gente lá, muita gente, com uma cultura e uma cara próprias, com uma maneira de falar, uma literatura (Viva Milton Hatoum que nos representa tão bem), música, culinária, enfim, todos os elementos que formam um meio cultural bem peculiar. E bem diferente dos irmãos nordestinos, que respeito e admiro muito, mas que têm lá sua riqueza própria. 



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