segunda-feira, 31 de maio de 2010

Alguns drops de nossa semi-invisível cultura amazônica


1- Tacacá – espécie de sopa forte, feita de tucupi (líquido amarelo extraído da mandioca) e outros ingredientes. Um deles faz os lábios tremerem, dando um barato interessante. O tacacá é servido em uma cuia, a qual é feita da outra parte do porongo, oposta à que se faz a cuia do chimarrão. Ou seja, tem formato de uma bola de futebol partida ao meio.

2- Eneida de Moraes – escritora paraense muito refinada, uma “adorável anarquista”. Rebelde, sutil, delicada, forte. Viveu muito tempo no Rio de Janeiro, onde atuou como jornalista e cronista. Chegou a ser homenageada por escolas de samba de lá e de Belém. Livros de destaque: Aruanda e Banho de cheiro.

3- Por que a Amazônia não é nordeste: porque a floresta é bem diferente do sertão. Porque falamos tu, ao invés de você. Porque compartilhamos um imaginário pan-amazônico com a Colômbia, a Venezuela e alguns países do Caribe, assim como o sul compartilha o imaginário do Pampa com o Uruguai e a Argentina. Porque somos da água, e não da terra. Somos Gabriel García Marques e Milton Hatoun, mais que João Cabral de Melo Neto. Porque respeitamos e admiramos nossos primos nordestinos visíveis, mas seguimos firmes em nossa invisibilidade. Porque temos olhos amarelos. 



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Um comentário:

carlinhossam disse...

Grande Eneida! A maior fogura desse cenário todo...E é paraense da gema, graça a Deus!