quarta-feira, 26 de maio de 2010

Eu sou Chimamanda, eu sou Zitarrosa

Eu não vivo em um mundo de polaridades marcadas e inquestionáveis. Uma hora sou rock, outra sou milonga. Uma hora sou Remo, outra hora sou Paysandú. Não acredito nem no PT nem no anti-PT. Não sou crente nem ateu. Branco nem negro.
Meu mundo não tem apenas dois lados: tem infinitas facetas, é complexo e mutante. Está em construção, está em expansão. Nem melhor nem pior: meu.
Quem quiser viver em um mundo de escolhas certas e inquestionáveis, muito bem, que viva.
Mas eu vivo em um continente de possibilidades. Um país de múltiplos sentidos.
Por isso não posso ser do Norte nem do Sul: o mundo me chama, o mundo imenso me chama e me diz: filho.
Por isso sou Minas Gerais. Por isso sou a síntese impossível. Por isso, nem sou e continuo sendo.
Converso com Walt Whitman surfando vagões de trem. 
Voando sobre Budapeste, tomo chá com Alfredo Zitarrosa e envio cartões postais a Chimamanda Ngozi Adichie. 


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